Drogas e assaltos na Vila Santa Luzia fazem parte do cotidiano

Março 26, 2009


Por Cybele Waldeska

 

Na Vila Santa Luzia, bairro da Torre a violência tem vez, as drogas têm sua comercialização “liberada”, pois, é feita em plena luz do dia sem interferência de ninguém. Os comerciantes locais tentam se proteger dos assaltos da maneira que podem, como contratando seguranças para ficarem na porta de suas lojas e, os que não têm condições financeiras para isso, ficam a mercê dos assaltos, que são freqüentes, ou seja, todos os dias um ou dois comércios são assaltados, sempre a partir das 17:00h, por ser o horário de fechamento do comércio local.

 

De acordo com o Sr. Paulo Lemos, motorista, morador da Vila, os moradores não são assaltados, por que os ladrões respeitam, mas as lojas e pessoas que não moram no bairro, “essas não escapam, mas isso não quer dizer que não roubem nossas casas à noite, por que da minha, serraram o cadeado e levaram duas bicicletas”, disse ele.

 

“Pessoas que não moram, mas trabalham na Vila, precisam largar do trabalho e, logo ir para casa, por que o perigo é grande, eu mesma já fui assaltada quatro vezes, quando ia para a parada de ônibus” afirmou Ana Lúcia, cambista da Banca Esperança.

 

A polícia não é freqüente no local, não tem delegacia, a mais próxima é a do Cordeiro, por isso, há uma grande facilidade para o tráfico e os assaltos. O crack e a maconha são encontrados em alguns lugares específicos, como esquinas, não importando se existe movimento de pessoas ou não, pois é muito normal encontrar pessoas fumando maconha nas ruas do bairro.

 

Ubirajara Severino, dono do Mercadinho o Baratinho, na Rua Jornalista Luiz Teixeira, disse: “eles ficam se drogando e bebendo ali na esquina o dia inteiro só esperando a hora de fecharmos para vim buscar o que a gente trabalha o dia inteiro para ganhar, isso não é justo, a polícia quando a gente liga, eles vêm chegar duas horas depois e, quando vem”.

 

Para alguns moradores, sonho é poder um dia mudar-se do local, por que nem as escolas que as crianças freqüentam estão salvas, “lugar onde até os professores são ameaçados, imaginem as nossas crianças, entra gente armado, drogado, mas fazer o quê? Não temos condições para colocar num colégio melhor ou pelo menos fora do bairro, pois, teríamos que pagar passagem”, afirmou Dona Luíza moradora do lugar.

 

O projeto Apoio pela Paz, que mantêm vigilantes e seguranças na porta da creche e em algumas ruas, um serviço quase voluntário das pessoas que dele participam, pois, a quantia que recebem não chega a ser um salário e, é recolhido através de doações dos comerciantes e moradores do bairro é o que mais se aproxima de segurança na Vila, essa organização foi criada pelo Sr. André Gomes, pessoa muito conhecida no bairro.