É de cair o queixo

Entenda como estalo na mandíbula pode ser indicador de um problema grave

Por Pollyanna Leite

Distúrbios Têmporo-Mandibulares (DTM) são muito comuns atualmente. Para entender do que se trata, basta saber que a ATM – Articulação Têmporo-Mandibular – é a que une osso mandibular ao resto do complexo ósseo facial. Dor, sensibilidade ao toque, ruídos como um “clique” ou crepitação nessa região devem ser investigados. Esses distúrbios podem se apresentar na forma de artrites, tumores, deslocamentos, perfurações do disco. O diagnóstico precoce pode evitar, em casos mais graves, a intervenção cirúrgica.

A ATM é a mais utilizada no nosso corpo, por todos os movimentos que fazemos (mastigatório, deglutição, bocejamento). Até quando estramos dormindo a utilizamos. Como em toda articulação, ela é composta por ossos, músculos, ligamentos e um disco (ou menisco) entre os ossos para que estes não se encontrem e, conseqüentemente, não se desgastem. As disfunções podem estar ligadas ao estresse, ansiedade e maloclusões – posicionamento errado dos dentes. O bruxismo (ranger dos dentes em repouso) é a principal manifestação emocional. Já a maloclusão pode causar dores musculares, trismo (travamento da mandíbula) e luxação.

Um cirurgião-dentista especializado é o profissional indicado para avaliar o caso e promover um tratamento terapêutico. “É comum o relato de dor de cabeça e ouvido. Na verdade, o desconforto é proveniente do envolvimento dos músculos da face, cabeça e ouvido. A citação desse último é normamente uma confusão gerada pela proximidade da região com a origem da dor”, orienta a dentista Kédma Oliveira. Ela explica que no estágio inicial da reabilitação são utilizadas placas móveis que podem ser confeccionadas à base de silicone ou de resina acrílica, chamadas, comumente, de placas miorrelaxantes. Feitas sob medida, encaixam nos dentes como cápsulas e servem para promover o relaxamento facial. Passada essa fase, um planejamento específico pode incluir a utilização de próteses, aparelhos ortodônticos ou desgastes dentários.

Roberta Luna (25) sentia muitas dores. “Tinha dias que eu só conseguia abrir a boca até a metade. Quando mascava chiclete ou comia era como se tivesse areia na mandíbula”. Ao iniciar o tratamento com o seu dentista percebeu que o desconforto foi reduzido.

Fique atento! Hábitos parafuncionais também contribuem para o surgimento da DTM. Neste caso, diminua a sobrecarga na articulação evitando:

– Roer unhas
– Mastigar apenas de um lado
– Chupar dedo
– Dormir com o travesseiro muito alto ou muito baixo
– Segurar objetos como lápis, clipes de papel entre os dentes